sexta-feira, 28 de agosto de 2009

América do Sul





América do Sul entra no mapa da exploração de urânio




Preços aumentam interesse de mineradoras na região.
Brasil é o único produtor do continente


Do G1, com informações da Reuters


Em um momento em que o aquecimento global desperta o interesse pela energia nuclear, o aumento da demanda por urânio está levando mineradoras a comprar terras rapidamente para explorar novas reservas na América do Sul.

Após várias décadas com escasso interesse na extração de urânio, os preços na produção subiram nos últimos anos para mais de 220 dólares o quilo (cerca de R$ 450), fazendo com que as mineradoras fossem cada vez mais longe atrás desse metal denso, usado para abastecer a maioria dos reatores nucleares do mundo.
"Há dois anos e meio havia talvez quatro empresas que diziam estar no setor de urânio. Na feira seguinte do setor, havia 40, e agora todo mundo está no urânio", disse Glenn Shand, da Wealth Minerals, de Vancouver, que está atuando na Argentina e no Peru.

Dezenas de pequenas mineradoras estão se estabelecendo em países como Peru, Argentina, Bolívia e Colômbia, e analistas dizem que a produção comercial é viável já nos próximos anos.

"Há uma possibilidade de que um novo depósito seja colocado em funcionamento na América do Sul, mas é claro que há fatores do momento e o quanto de resistência ambiental haverá", disse Nick Carter, da consultoria UxC, acrescentando que depósitos rasos, de baixo custo, podem ser viáveis mesmo com uma queda nos preços.

Porém, ele disse que muitas mineradoras podem estar comprando propriedades onde há reservas estabelecidas de urânio a fim de aumentar o preço das suas ações, depois que neste mês o preço do urânio na produção atingiu seu maior nível desde a década de 1970.

"Provavelmente só há um punhado de pequenas mineradoras que podem realmente fazer alguma coisa", disse ele.

Estoques de urânio
A Argentina parou de explorar urânio na década de 1990, e o Brasil é atualmente o único produtor da região. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil diz que o país tem uma das maiores reservas estimadas deste metal prateado no mundo, mas que sua exploração é monopólio estatal e o produto não é exportado.

Os maiores e mais estabelecidos produtores mundiais são Canadá e Austrália, mas a produção africana de urânio deve triplicar até 2011, com a expansão de minas existentes e o início da operação de novas.

Nas últimas duas décadas, a produção de urânio se esgotou, e a demanda global foi suprida com estoques feitos por governos antes do final da Guerra Fria.

Mas os estoques estão encolhendo, enquanto a demanda cresce, em parte porque a energia nuclear voltou a se popularizar como alternativa aos combustíveis fósseis, que emitem gases do efeito estufa.

Isso faz da América do Sul uma possibilidade atraente.

Junto com China e Índia, a Argentina é um dos países que atualmente constroem novas usinas nucleares. O Brasil deve ampliar seu programa nuclear, e o Chile, pobre em energia, também cogita a energia atômica.

Reportagem extraída do site "G1".

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Boa alternativa ou uma furada?


Hyago Santana Ottoni

A exploração de Urânio na América Latina vai gerar emprego e renda para milhares de pessoas, mas ao mesmo tempo vai trazer graves problemas à saúde dos mesmos, alem do risco de contaminação do meio ambiente, como aconteceu no acidente de Chernobyl, na Ucrânia, que matou por volta de 31 pessoas além de causar a evacuação de mais de 100 mil pessoas, segundo relatório da ONU.

Até hoje, não se descobriu uma forma adequada de armazenar o “lixo nuclear” gerado pelos reatores das Usinas Nucleares espalhadas pelo planeta, mas mesmo assim já existem milhares de toneladas desse material radioativo em depósitos temporários (será que são realmente temporários?) próximos as próprias usinas. Não é a toa que o GreenPeace anda fazendo estardalhaço contra o funcionamento das Angras I (que já está produzindo energia nuclear) e II, e da construção da III.

Em abril deste ano, o GreenPeace divulgou um relatório alegando que os atuais reatores nucleares possuem graves falhas, que apesar das inovações tecnológicas na área de segurança, não podem ser eliminadas. A ONG constata ainda que um acidente em um reator de “água leve” (tecnologia usada em grande parte dos reatores) poderia gerar conseqüências muito maiores que as de Chernobyl, podendo matar, por câncer, mais de um milhão de pessoas e na remoção de pessoas em áreas de até 100 mil km².
Considerando a possibilidade de uma guerra entre países detentores de tecnologia atômica, os depósitos de urânio enriquecido e os reatores das usinas, poderiam virar alvos de ataques que elevariam bastante os números de tais conflitos.

Os defensores da energia nuclear, justificam a necessidade dessa tecnologia com, além de outros fatores, uma projeção que diz que até 2050 a população do mundial poderá chegar aos 10 bilhões de pessoas, o que dobraria a demanda por energia, de tal forma que usinas hidrelétricas e termoelétricas não sejam capazes de supri-la, isso sem falar na futura escassez do petróleo (combustível termoelétrico). Mas será que a energia nuclear é a melhor opção?

O urânio é encontrado em poucas regiões do globo, de tal forma que a América Latina poderia até se sentir “privilegiada” por tê-lo, então, assim como o petróleo, ele logo irá se esgotar, e ai teremos toneladas de lixo nuclear além de grandes áreas devastadas pelas mineradoras. Pensando assim, a América Latina como um todo, e não só o Brasil, deveria investir muito mais em fontes de energia renovável, ao invés de continuar batendo na tecla que só gera tantos riscos ao planeta e seres humanos.





América do Sul está preocupada com efeitos da crise em segurança alimentar




Da EFE

La Paz, 12 ago (EFE).- Representantes dos ministérios da Agricultura de seis países sul-americanos expressaram hoje, em La Paz, sua preocupação com o impacto negativo que a crise financeira global terá na segurança alimentar e nas economias locais.

A temática foi analisada por autoridades do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, na XVII Reunião Ordinária do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que também discutiu os efeitos da mudança climática na agricultura do Cone Sul.

O ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca uruguaio e presidente pro tempore do CAS, Ernesto Agazzi, explicou, em entrevista coletiva, que as principais preocupações do conselho sobre a crise estão na diminuição do consumo nos países desenvolvidos e as barreiras comerciais e técnicas de proteção aos sistemas produtivos.

"Consideramos que o aumento da proteção é um risco muito grande para nossas economias", disse.

Outra preocupação para os países é a mudança de enfoque sobre segurança alimentar no mundo, por causa da crise financeira global.

Na reunião, o CAS decidiu criar um grupo que analisará detalhadamente o problema, para estabelecer que aspectos podem ser prejudiciais ao comércio dos seis países e, assim, assumir as medidas correspondentes.

Por outra parte, os seis países concordaram em impulsionar a pesquisa científica e o intercâmbio técnico, para melhorar as técnicas de produção e irrigação, frente à mudança climática.

O CAS decidiu criar uma comissão encarregada de elaborar uma postura comum que será exposta na reunião da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, que será realizada em dezembro, em Copenhague. EFE

Reportagem extraída do site "G1".

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Atrasados, mas em tempo...


Hyago Santana Ottoni

Pode até ser um clichê, mas é incrível como a coisa toda sempre parece desandar quando está indo bem. A América do Sul possui uma das maiores, se não a maior, produção agrícola do planeta, na verdade, desde a época de sua descoberta, de sua colonização, que esse continente vem sendo o “Mestre Cuca” dos países da Europa e de mais algumas dezenas de outros países espalhados pelo globo.

Diante de uma crise que deu um “choque de alta tensão” nas bases da economia global, por mais que os especialistas digam que os países desenvolvidos são os que mais estão perdendo com ela, a América do Sul, que está em contato direto com os ricos, recebe grande parte dessa “descarga elétrica”. Foi preciso quase um ano sofrendo com a crise mundial, para que os governantes sul-americanos se situassem e começassem a se organizar para desenvolverem mecanismos para diluir os efeitos da crise sobre seus países.

Tendo como desculpa a crise financeira, os países desenvolvidos estão mudando o enfoque da segurança alimentar, isso significa dizer que estão importando menos alimentos da América do Sul e da Ásia. Ou seja, os “caras” provocam toda a crise e querem que os países em desenvolvimento “paguem o pato”. No Brasil, a produção de alimentos ficou mais cara, sendo assim, os trabalhadores estão tendo que separar uma fatia maior de seu “rico dinheirinho” para comprar o “pão” de cada dia.

Agora, o jeito é esperar que os governantes sul-americanos tomem boas decisões e que o presidente do Brasil consiga um encontro de Obama, atual presidente dos EUA, com a América Latina. Mas os cidadãos latinos não devem esperar sentado de braços cruzados e morrendo de fome, com o desenvolvimento da internet, todos podem enviar sugestões para os seus representantes governamentais, quem sabe a solução do problema está nas mãos de uma doméstica que consegue a proeza de sustentar três filhos com um salário mínimo?

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